Durante grande parte da sua história, o cenário político dos Estados Unidos viu duas forças dominantes: os Democratas e os Republicanos e tem continuado desde meados do século XIX. À medida que as eleições se aproximam, os eleitores têm mais uma vez duas escolhas: a vice-presidente democrata Kamala Harris e o ex-presidente republicano Donald Trump.
História
Quando a Constituição dos EUA foi estabelecida em 1789, não fazia menção aos partidos políticos. Muitos dos fundadores, incluindo George Washington, desconfiavam das facções, temendo que isso pudesse levar à tirania. Apesar disso, grupos políticos formaram-se rapidamente, principalmente em torno de duas visões opostas sobre o poder federal – os Federalistas, liderados por Alexander Hamilton, e os Anti-Federalistas, liderados por Thomas Jefferson.
A eleição de 1800, na qual Jefferson derrotou John Adams, foi um ponto de viragem. O evento levou ao declínio do federalismo e à ascensão do Partido Democrático-Republicano. Com o tempo, este partido evoluiu e, na década de 1820, formaram-se novas coligações, levando à criação do moderno Partido Democrata e do Partido Republicano em meados do século XIX.
Implicações do sistema eleitoral
Uma das principais razões pelas quais os eleitores americanos enfrentam escolhas limitadas nas urnas é o sistema eleitoral em que o vencedor leva tudo, particularmente evidente em distritos uninominais. Nesta configuração, o candidato que receber mais votos vence, enquanto todos os outros votos não contam efetivamente para nada. Este sistema cria barreiras significativas para terceiros, uma vez que os eleitores muitas vezes se sentem obrigados a apoiar um dos dois principais partidos para evitar “desperdiçar” os seus votos. Consequentemente, os potenciais eleitores de candidatos de terceiros partidos podem optar por alinhar-se com os Democratas ou os Republicanos.
A estrutura do Colégio Eleitoral também reforça este fenómeno durante as eleições presidenciais. Para ganhar a presidência, os candidatos devem obter a maioria dos votos eleitorais, que são atribuídos numa base de “o vencedor leva tudo” na maioria dos estados. Isto diminui ainda mais as hipóteses de os candidatos de terceiros partidos ganharem força, uma vez que normalmente não dispõem dos recursos e do apoio necessários para competir à escala nacional.
Socialização Política
A socialização política também desempenha um papel significativo na manutenção do sistema bipartidário. Desde tenra idade, os americanos são frequentemente ensinados a identificar-se com um dos dois principais partidos através da família, da educação e da mídia. Isto cria uma mentalidade que enfatiza uma escolha binária na política – que é preciso ser democrata ou republicano. Os principais partidos também construíram extensas redes de angariação de fundos e organizações de base, o que lhes confere uma vantagem nas campanhas e na divulgação.