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Como o Partido Democrata passou do apoio à escravidão ao apoio a Kamala Harris

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O Partido Democrata, outrora defensor da escravatura, transformou-se numa força a favor da diversidade e da política progressista nos Estados Unidos. Agora, com Kamala Harris, a primeira mulher negra e asiático-americana a concorrer à presidência nas eleições dos EUA, a mudança é clara. Apesar desta nova direcção, o partido continua ligado ao seu passado complexo, que incluiu o apoio a políticas que contradiziam os ideais de liberdade e igualdade que hoje defende.

Fundado por Thomas Jefferson, o Partido Democrata (Partido Democrata-Republicano) é o partido político mais antigo dos EUA. Inicialmente enraizado em ideais agrários e na defesa dos direitos dos Estados, atraiu o apoio dos americanos rurais, especialmente no Sul.

No início de 1800, o partido tornou-se um defensor dos cidadãos comuns, mas também se viu em desacordo sobre a escravatura, levando a divisões que mais tarde deram origem ao Partido Republicano.

À medida que a nação se expandia, também crescia o debate sobre a escravidão. O Partido Democrata, na sua convenção de 1852 em Baltimore, comprometeu-se oficialmente a manter a instituição, recusando compromissos. Esta postura alienou muitos, que abandonaram o país para se juntarem ao incipiente Partido Republicano, fundado nos princípios da abolição e da liberdade individual. Esta divisão prenunciou um século de rivalidade política, onde os Republicanos e os Democratas moldariam a política americana, representando visões contrastantes de governação.

O Partido Democrata redefiniu-se no início do século XX sob o presidente Woodrow Wilson, que defendeu reformas progressistas, incluindo os direitos laborais e o sufrágio feminino. A Grande Depressão remodelou ainda mais a política americana. O New Deal de Franklin D. Roosevelt, uma série de programas governamentais concebidos para revitalizar a economia, conquistou uma ampla coligação, incluindo afro-americanos, sindicatos e grupos de imigrantes. Esta mudança ajudou os democratas a solidificar o apoio entre a classe trabalhadora americana e as minorias.

Nas décadas de 1950 e 1960, o Partido Democrata passou por outra transformação. Com líderes como o presidente John F. Kennedy e Lyndon B. Johnson defendendo os direitos civis, o partido ganhou um apoio afro-americano significativo. Em contraste, os conservadores do Sul começaram a alinhar-se mais com os Republicanos, que apelaram aos seus valores de governo limitado e oposição à legislação de direitos civis.

Hoje, o Partido Democrata promove a igualdade social, defendendo o direito de voto, os direitos LGBTQ+ e a escolha reprodutiva. Apoia reformas de imigração que criam caminhos para a cidadania e o reagrupamento familiar. A posição do partido em relação ao controlo de armas, moldada por tragédias e pela crescente preocupação pública, levou a legislações como a Lei de Controlo de Armas de 1968 e a Lei Brady.


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