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Após mandado de prisão do Tribunal Mundial, Netanyahu invoca julgamento de Dreyfus de 1894

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Nova Deli:

Denunciando o Tribunal Penal Internacional (TPI), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comparou o mandado de prisão do tribunal contra ele ao infame julgamento de Dreyfus em 1894. O julgamento de Dreyfus, que começou em 1894, envolveu um oficial judeu do exército francês falsamente acusado de traição com base em provas fabricadas.

A acção do TPI acusa Netanyahu e o antigo ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, de crimes de guerra no conflito em curso em Gaza, uma decisão que Netanyahu criticou como “anti-semita” e reflecte um “julgamento Dreyfus moderno”.

“A decisão anti-semita do Tribunal Penal Internacional é comparável a um julgamento moderno de Dreyfus – e terminará da mesma forma”, declarou Netanyahu, referindo-se à condenação injusta de Alfred Dreyfus, um oficial judeu do exército francês, em um caso marcante que expôs o profundo anti-semitismo na França do final do século XIX.

O Caso Dreyfus foi um dos escândalos jurídicos mais controversos da França do século XIX, marcado pelo anti-semitismo e pela corrupção judicial. Alfred Dreyfus, um capitão do exército judeu francês, foi injustamente condenado por traição em 1894 com base em provas fabricadas. Destituído da sua posição numa cerimónia pública humilhante e exilado na Ilha do Diabo, uma antiga colónia penal na Guiana Francesa, a situação de Dreyfus tornou-se um símbolo de injustiça sistémica e de anti-semitismo.

As autoridades francesas acusaram Dreyfus de vazar segredos militares com base em um pedaço de caligrafia vagamente semelhante à sua. O julgamento, alimentado por um anti-semitismo desenfreado, resultou numa condenação, apesar das evidências apontarem para outro oficial, Ferdinand Esterhazy, como o verdadeiro culpado. O caso dividiu a França, com intelectuais proeminentes como Émile Zola denunciando a injustiça na sua famosa carta aberta, J’accuse…!

O TPI emitiu mandados contra Netanyahu e Gallant por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza, após os ataques brutais do Hamas em 7 de Outubro contra Israel. Estes ataques, que deixaram mais de 1.400 israelitas mortos e levaram ao rapto de centenas de pessoas, desencadearam uma resposta militar israelita massiva, resultando numa imensa perda de vidas e devastação em Gaza. Os mandados marcam a primeira vez que um chefe de Estado israelense foi alvo do tribunal.

Netanyahu rejeitou as ações do TPI como “absurdas e falsas”, acusando o procurador-chefe Karim Khan de corrupção e alegando que a decisão foi uma tentativa de desviar a atenção das acusações de assédio sexual contra Khan – acusações que Khan negou. O presidente israelense, Isaac Herzog, descreveu a ação do TPI como um “dia sombrio para a justiça”, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, disse que o tribunal “perdeu toda a legitimidade”.

O grupo de direitos humanos B’Tselem, no entanto, saudou as acções do TPI, apelando à aplicação internacional dos mandados. O grupo classificou os mandados como “um passo crítico em direção à responsabilização dos líderes responsáveis ​​pelos crimes cometidos no conflito israelo-palestiniano”.


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