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Polícia brasileira chama acusação do ex-presidente Bolsonaro sobre conspiração de “golpe” de 2022

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Rio de Janeiro:

A polícia brasileira pediu na quinta-feira a acusação do ex-presidente Jair Bolsonaro por uma conspiração de “golpe” de 2022 para impedir que o atual líder Luiz Inácio Lula da Silva assumisse o cargo.

Um comunicado da polícia disse que seus investigadores concluíram que Bolsonaro e outras 36 pessoas planejaram a “derrubada violenta do Estado democrático”.

“A Polícia Federal concluiu quinta-feira a investigação sobre a existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada em 2002 na tentativa de manter o então presidente no poder”, afirma o comunicado.

“O relatório final foi enviado ao Supremo Tribunal com o pedido de que 37 indivíduos sejam indiciados pelos crimes de derrubada violenta do Estado democrático, golpe de Estado e organização criminosa”, afirmou.

Cabe ao procurador-geral do Brasil decidir se as alegações são suficientemente fundamentadas para justificar a apresentação de acusações criminais. A acusação de tentativa de golpe acarreta pena de até 12 anos de prisão.

Bolsonaro prometeu “combater” a alegação e acusou o juiz do Supremo Tribunal que supervisiona o caso de infringir a lei.

“A luta começa na Procuradoria-Geral da República”, disse Bolsonaro em sua conta na rede social X.

O juiz Alexandre de Moraes “lidera toda a investigação, ajusta depoimentos, prende sem acusação, pesca provas e tem uma assessoria muito criativa.

Segundo a polícia, a suposta conspiração foi tramada nos últimos meses da presidência de Bolsonaro 2019-2022.

Lula, um esquerdista que já foi presidente entre 2003 e 2010, venceu as eleições de outubro de 2022 para suceder ao ultradireitista Bolsonaro.

O comunicado policial não estabeleceu uma ligação direta entre o suposto complô e uma insurreição ocorrida em Brasília em 8 de janeiro de 2023, quando milhares de apoiadores de Bolsonaro entraram no palácio presidencial da capital, no prédio do Congresso e no Supremo Tribunal Federal.

As investigações continuam sobre essa convulsão, que ecoou cenas dos Estados Unidos dois anos antes, quando apoiadores de Donald Trump que protestavam contra a vitória eleitoral do presidente Joe Biden atacaram o Capitólio dos EUA, em Washington, em 6 de janeiro de 2021.

Bolsonaro expressou admiração por Trump no passado.

A lista de supostos co-conspiradores no caso Bolsonaro incluía os nomes de três soldados de elite e um policial preso na terça-feira por supostamente conspirar para assassinar Lula e Moraes, em um caso anunciado separadamente.

Paralelos de Trump

Bolsonaro é alvo de diversas investigações, mas a de quinta-feira que o coloca no centro de um suposto golpe é a mais dramática.

Ele diz que é inocente e vítima de “perseguição”.

Ex-capitão do exército, Bolsonaro já foi declarado inelegível para ocupar cargos públicos até 2030 por ter feito alegações infundadas de fraude no sistema de votação eletrônica do Brasil.

Ele foi proibido de deixar o país enquanto uma vasta investigação chamada “Tempus Veritatis” (“o tempo da verdade” em latim) continua. A investigação já varreu vários dos assessores mais próximos de Bolsonaro.

Bolsonaro espera anular a decisão de inelegibilidade e tentar um retorno nas eleições presidenciais de 2026.

No X, ele postou paralelos entre sua situação e a de Trump, que conquistou os eleitores dos EUA este mês para garantir um retorno à Casa Branca.

A investigação policial que pede o indiciamento de Bolsonaro detalhou um suposto decreto que o ex-presidente teria dado a oficiais militares de alta patente em dezembro de 2022 ordenando-lhes a prisão de Moraes.

Moraes chefiou o tribunal eleitoral nacional que validou a vitória de Lula em 2022.

Esse decreto foi confirmado pelos militares em interrogatório policial, segundo transcrições divulgadas por Moraes, hoje responsável pelo caso no Supremo.

De acordo com uma transcrição divulgada em março, um general reformado do Exército brasileiro, Marco Antonio Freire Gomes, conversou com investigadores da polícia sobre as reuniões de dezembro de 2022 com Bolsonaro.

Ele disse que um assessor de Bolsonaro viu pareceres jurídicos elaborados pelo então presidente apoiando sua tentativa de permanecer no poder.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)


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